O sono é uma das funções do corpo mais importantes. É através dele que recuperamos a energia gasta durante o dia e damos descanso para todos os sistemas orgânicos. Quem pratica musculação, sabe da importância de dormir bem, lembrando que dormir bem não significa quantidade, e sim, qualidade do sono. O descanso é imprescindível para o processo de recuperação da fibra muscular que sofrem microlesões durante o treino intenso na academia. Para nos ajudar nessa tarefa tão importante o nosso corpo libera um hormônio chamado de melatonina.
O corpo produz e regula várias funções, que são severamente importantes para o funcionamento correto do nosso organismo. Dentre vários desses processos necessários, o sono é um dos importantes reguladores de energia, para nos manter saudáveis.
Pessoas que não dormem o suficiente, por certo período de tempo durante o dia, tem mais facilidade em desenvolver problemas, assim como diminuem o funcionamento correto do sistema imunológico, o que poderá dar abertura para doenças oportunistas.
Para que o corpo regule o sono, é necessário que um hormônio seja produzido, este que é estimulado durante períodos maiores passados na escuridão. Quando sua fabricação no corpo está comprometida, é normal sentirmos pouco sono, dificuldade para dormir, insônia, entre outros.
Sua produção é normal durante toda a vida, diminuindo com o tempo, especialmente quando estamos mais velhos. A alternativa, em muitos casos, especialmente quando a produção da substância está diminuta, é usar suplementos para normalizar as funções que são exercidas a partir do hormônio no organismo.
O que é melatonina?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a melatonina não é o hormônio do sono. É conhecido como "o hormônio da escuridão", pois a sua produção é estimulada, principalmente, com a ausência de luz, enviando a mensagem ao organismo de que é noite.
Esse hormônio pode ser produzido naturalmente pelos seres vivos, tanto nos animais quanto nos vegetais. Nos animais, é secretado pela glândula pineal no cérebro quando há, além da ausência de luz, outros fatores como diminuição da temperatura corporal e aumento da sonolência.
A melatonina é derivada da serotonina que, por sua vez, é derivada do triptofano, um aminoácido essencial, sendo, então, obtido apenas de forma exógena. Está presente em alguns alimentos como laticínios, algumas frutas frescas e frutas oleaginosas. Depois de secretada, essa substância é distribuída por todos os tecidos do corpo, sendo que ela não é armazenada.
Portanto, pode haver casos de deficiência dessa substância no organismo.
No Brasil, esse composto ainda não é comercializado e nem fabricado, pois a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que é o órgão que regulamenta a produção e comercialização de produtos para o consumo humano, ainda não liberou o seu uso como suplemento.
A glândula pineal é a responsável por secretar substâncias que controlem a regulação endócrina, o ciclo de sono e vigília, do sistema imunológico, entre outros.
Esse hormônio passa a ser liberado na ausência de luz, som, calor ou qualquer outro agente externo que atrapalhe o sono. Duas horas antes do horário habitual do sono, ela passa a ser secretada e chega a níveis plasmáticas máximos depois de 3 ou 4 horas da liberação.
A melatonina também é um poderoso antioxidante natural que ajuda a restaurar os tecidos afetados pelos raios UV. A administração de medicamentos com base nesse hormônio se faz presente em tratamentos para a Doença de Alzheimer, pois ajuda a recuperar os neurônios que são afetados progressivamente.
Para que serve?
A melatonina em si não é a causadora do sono, mas ela é um auxiliador que participa deste processo, pois favorece a indução do sono, abrindo o caminho que faz com que os mecanismos que levam ao sono, aconteçam de forma mais rápida.
Serve, ainda, como um hormônio auxiliador no tratamento de algumas doenças, para a regularização de processos que ocorrem no organismo e ajuda na recuperação e manutenção da saúde.
Produção natural da melatonina:
A melatonina é produzida, quando esta é feita de maneira natural pelo corpo, pela glândula pineal. Esta é glândula localizada próxima ao cérebro e faz parte do sistema endócrino do corpo. Ela tem espessura maior na infância, diminuindo com a idade. Este pode ser um dos motivos que o sono também fica menor com o envelhecimento e, consequentemente, chegando a se calcificar quando o indivíduo alcança a idade adulta.
Sua grande espessura, assim como a grande produção de hormônios, especialmente de melatonina, durante a infância, é uma das responsáveis por inibir o desenvolvimento sexual. Foram documentados vários estudos que indicavam que crianças com a glândula pineal atrofiada ou com as funções anormais, como a pouca produção de hormônio, poderia causar a puberdade precoce.
Outras funções da melatonina:
Além da regulagem do sono, várias outras funções estão ligadas a essa glândula. Além da produção da melatonina, esse órgão também regula os hormônios reprodutivos e o sistema imunológico, e, em relação à melatonina, outras funções das funções deste hormônio no corpo é a de ser antioxidante, recuperando as células epiteliais danificadas pela radiação ultravioleta, ou seja, pela luz solar, além da recuperação de neurônios, evitando o Alzheimer e acidentes vasculares cerebrais.
A ação antioxidante do hormônio também auxilia no combate de radicais livres, tão prejudiciais ao organismo e que desencadeiam problemas tais como câncer e envelhecimento precoce.
A diminuição da produção desse hormônio é, até mesmo, o comprometimento das funções da glândula pineal, podem ser desencadeados por estresse e problemas decorrentes de outras doenças no corpo. Quando isso acontece, é normal que várias outras funções sejam comprometidas. gerando muitos problemas.
Os benefícios da melatonina:
Você já deve ter percebido que uma boa noite de sono é capaz de recuperar o corpo completamente e no dia seguinte você já levanta com a pilha totalmente carregada. Os benefícios que a melatonina pode trazer para o corpo são muito maiores do que a maior disposição:
- ajuda a emagrecer;
- protege e ajuda ano tratamento de pacientes que sofreram o acidente vascular cerebral;
- controla a hipertensão arterial;
- auxilia no tratamento de diabetes;
- diminui as crises de enxaqueca;
- reduz a queda de cabelo, quando provocada por causas genéticas.
A melatonina consegue proteger o corpo da ação do câncer de diversas formas. A conformação química desse hormônio permite que ele entre sem nenhum problema em todas as células. Como bom antioxidante, ele consegue minimizar o mal causado pelos radicais livres que entram no nosso corpo durante o dia e, assim, impedem que esses agentes agressores façam alguma modificação no material genético deixando o indivíduo mais vulnerável ao câncer.
A presença da melatonina também impede a formação de novos vasos sanguíneos que podem ser usados para alimentar o tumor.
A melatonina tem como beneficio mais conhecido o de regularizar o ciclo do sono. Porém. alguns estudos científicos já comprovaram que os benefícios desse hormônio vão muito além do que apenas contribuir para o estado de sono do corpo. Boa parte dos seus efeitos benefícios é como coadjuvante no tratamento de doenças.
1 - Regula o ciclo do sono:
O pico de produção da melatonina acontece durante a noite por causa da escuridão. Por isso, estudos mostram que ela exerce um papel importante no processo de sincronização sircadiana do organismo, ou seja, exerce a função de relógio biológico, pois esse hormônio passa a informação ao corpo quando é dia e quando é noite. Quando é dia uma mensagem é enviada para que a produção desse hormônio seja bloqueada, assim também quando é noite, com presença de luz artificial no ambiente e, quando é noite, em um ambiente escuro, o organismo entende que é a hora dessa substância ser secretada para atual no processo do sono.
2 - Ação anti-inflamatória:
Estudos científicos já comprovaram que a melatonina exerce a função de anti-inflamatório. O processo de inflamação é uma reação natural do organismo que reage para combater um agente invasor, por exemplo, uma bactéria. Para que a inflamação ocorra, os leucócitos (células brancas), presente em várias regiões do corpo, por exemplo, como sangue, entram em ação para combater e eliminar esses micro-organismos invasores.
Com a presença da melatonina, esse processo inflamatório fica reduzido e, com isso, ela combate a inflamação.
3 - Ação antioxidante:
A melatonina atua, ainda, como agente antioxidante, combatendo os radicais livres presentes no organismo. Esses radicais livres surgem por causa de processos metabólicos oxidativos que são normais no organismo, como a respiração, por exemplo, e por causa de fatores externos como poluição, radicação, alimentação, fumo, álcool, entre outros.
Os radicais livres atacam as células sadias do corpo e, por isso, são os causadores de alguns danos no organismo precoce e algumas doenças, geralmente agressivas, como o câncer.
4 - Tratamento de doenças:
Algumas doenças poderiam ter seus tratamento auxiliados com o uso da melatonina, entre elas, a artrite e o câncer, por terem processos inflamatórios presentes. Além de ser antitumoral, a melatonina é indicada para tratamentos de outras doenças como distúrbios depressivos, lesões pós-isquêmicas presentes, por exemplo, no AVC, síndrome do ovário policístico, entre outras.
Esse hormônio também tem se mostrado eficaz no combate à enxaqueca, é o que estudos têm mostrado.
É também usada como coadjuvante no tratamento de doenças neurológicos e degenerativas como autismo, síndrome do déficit de atenção e hiperatividade, Parkinson, síndrome de Smith-Magenis, entre outras. Nessas doenças ocorrem os distúrbios do sono e dos ritmos biológicos circadianos.
Para quem acha que a melatonina engorda, muito pelo contrário, essa substância ainda funciona como reguladora do peso corporal. Experimentos mostram que a melatonina atua de forma a regular todas as fases do balanço energético, ou seja, desde o consumo alimentar até o uso da energia proveniente dos alimentos, além de regular a produção e secreção da insulina, ajudando não só a controlar o peso, como também a diabetes.
Indicações:
A principal indicação de uso da melatonina é para tratamento de distúrbios do sono como insônia, despertamentos durante o sono, ciclos do sono em períodos diferentes, correção do sono em situações como no idoso e trabalhadores noturnos, onde há redução da produção da melatonina, entre outros distúrbios.
Também é indicada para reduzir o jet lag, condição fisiológica caracterizada por cansaço e distúrbios do sono decorrentes de longas viagens onde há alteração do ritmo biológico de 24h com a mudança de fuso horário.
Contraindicações:
Apesar de exercer vários benefícios, a melatonina não é indicada em algumas situações como:
- pessoas que não possuem deficiência de melatonina, mesmo em situações de doenças;
- pessoas que sofrem com as elevadas taxas de colesterol e que consomem estatina;
- quem faz uso de medicamentos para controlar a pressão arterial;
- portadores de doença cardiovascular ou que estejam em tratamento;
- crianças com menos de 12 anos de idade;
- gestante ou que estejam tentando engravidar;
- na amamentação.
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